Me chamo
Angela Ferreira de Carvalho Nunes, tenho 29 anos, sou casada, tenho dois filhos
chamados Miguel (7 anos) e Manuela (7 meses). Minha pequena Manu é portadora de
uma patologia congênita chamada de Displasia Tanatofórica, um tipo raro e letal
de nanismo. Contudo, apesar de todas as dificuldades que sua condição física
lhe impõe, a sapeca Manuela quer viver! E eu, como mãe, serei uma defensora
voraz de seu direito de viver com dignidade.
A gravidez de
Manuela foi tranquila, embora eu tenha sentido alguns desconfortos e dores na
barriga devido a um pequeno excesso de líquido amniótico, que já indicava
alguma alteração no pequeno ser que seu formava em meu ventre. Ao completar 28
semanas de gestação, durante a realização um ultrassom 3D, em meio aos meus
sorrisos e soluços de alegria, na companhia divertida do Miguel, tivemos a
triste notícia de que Manu não se desenvolvera como era esperado.
Chocados com
o diagnóstico de uma doença que levaria Manu à morte ao nascer, enfrentamos a
nova realidade com choro, fé e amor.
Logo buscamos
as melhores instituições e profissionais que pudessem receber nossa Manu com
todos os recursos disponíveis para seu bem estar. Escolhemos o Hospital Santa
Lucia para o nascimento, devido ao alto padrão da equipe médica e ao
acolhimento humanizado que ali receberíamos. Conhecemos de antemão a equipe de
neonatologia e pediatria, nas pessoas de Dra. Adriana Valença e Dr. Carlos
Moreno Zaconeta, que nos acolheram com muito respeito e carinho.
No dia do
nascimento da pequena fomos recebidos no hospital pelo Dr. Zaconeta, que
carinhosamente nos abraçou, beijou minha barriga, demonstrando o afeto com que
acolheria minha amada naninha.
Manuela
nasceu aos 22 dias do mês de Julho do ano de 2012, às 7 horas e 14 minutos de
uma manhã de domingo. Sua gestação foi muito desejada por mim e por seu pai,
enfim por toda família que ansiosamente aguardava a primeira “garota” entre 4
netos meninos.
Manuela foi
reanimada e entubada logo após seu nascimento. Foi logo levada para uma encubadora
quentinha que já lhe aguardava na UTIN do Hospital Santa Lúcia,o lugar onde
começou minha jornada de amor e dedicação por esta grande pequena menina.
Passamos por
muitos momentos de quase despedida. Medo, dúvida, tristeza... Um turbilhão nos
afetava. Mas logo o sol começou a brilhar e Manu continuava a dizer: Quero
viver!
Mesmo em
estado gravíssimo, Dr Zaconeta colocava a Manuela em meus braços onde ela podia
sentir minha pele, meu carinho de mãe. E por vezes foi banhada pelas lágrimas
de quem tanto a amava. Sei que esse amor a convidava a lutar...
Logo fomos
para a UTI Pediatrica pois lá Manu poderia ficar comigo em tempo integral. Dias
e noites ao lado dela! Aprendi a cuidar da minha filha e oferecer-lhe bem
estar.
A UTIP
transformou-se em um ambiente familiar, o Lar da Manu. Em vez da frieza de um
hospital, encontrei um lugar iluminado em que Manu tomava seu delicioso banho
era perfumada, enfeitada, paparicada e ouvia “galinha pitadinha” com outras
crianças. Alí tornou-se ambiente de Manu, e havia sim, alegria e felicidade.
Não sei o que
o futuro nos reserva, mas sei que lutarei pela felicidade de Manuela todos os dias da minha vida. E sei que Deus me fortalecerá para ser a mãe
que a “apaixonante” precisa.